Tempo, tempo, tempo!
Via-se, em um cantinho escuro do céu, uma estrela solitária. A tristeza assolava os olhos de quem a via, e igualmente sentia-se solitário.
A noite estava nublada, um copo de vinho esquentava o seu sangue e um charuto aliviava a sua dor. Pensava em como livrar-se desta angústia e solidão, olhava a estrela com certo desdém, seria ela feliz na sua também inútil solidão?
Estava afoito, melancólico...batia em seu peito um ar nostálgico do tempo em que era apenas uma criança, corria e se escondia para que o procurassem, e agora quando adulto, lento e querendo mostrar-se ao mundo, e ninguém parece vê-lo. Tinha ele uma pose arrogante misturando-se a excentricidade, buscava em si algo que talvez nunca encontraria, buscava talvez a ele mesmo!
Tentou ser um bom aluno, tentou fazer medicina, letras, advocacia, administração, comércio exterior...tudo no seu iludido sonho, a vida real foi drástica, acabou sendo servente de pedreiro, mecânico, metalúrgico e agora um velho aposentado solitário!
A estrela o olha, e na sua incandescente luz, ele vê seus sonhos de pequenino - mais uma taça acompanhando o quarto charuto - quanto tempo ele preocupou-se em ganhar dinheiro e sustentar a família, esqueceu-se de seus ideais, esqueceu-se dos seus sonhos e estes foram morrendo com os anos, acostumou-se a viver do pouco que ganhava, acostumou-se a ser apenas mais um nas estatísticas da vida e será mais um velho aposentado solitário na estatística de talvez morrer de um enfarto. Nada mais importa a ele.
Olha no espelho, vê um jovem enérgico aos dezoito anos, querendo arrumar um bom emprego, começando de baixo e subindo as escadas aos poucos, mais uma passada de olhos no espelho, a realidade o assola, rugas pelo rosto todo, lembra-se da sua terra natal, seu rosto está parecendo aquela velha terra seca na qual morava e que ainda está lá, igualmente ele, que ainda... ali, da mesma forma, parado desde a adolescência nos primeiros degraus que com muita dificuldade subiu.
Espreita novamente o céu, nenhuma nuvem, a estrela solitária estava agora, rodeada de outras estrelas para sua surpresa....
Outra vez seu pensamento vagou, percebeu que nunca esteve solitário, apenas deixou que uma imensa nuvem cobrisse ao seu redor, afastando-se assim de tudo que agora talvez fosse tarde para recuperar, e mesmo sentindo-se cansado, uma enorme vontade de soprar a nuvem para longe e continuar a viver invadiu seu coração, e uma única pergunta naquele momento o estremeceu ao tempo que uma lágrima rolava, misturando-se ao gosto da fumaça e caindo em seu cálice: "Por que não?".
Fabbyo Persa
(20/01/2009)
A noite estava nublada, um copo de vinho esquentava o seu sangue e um charuto aliviava a sua dor. Pensava em como livrar-se desta angústia e solidão, olhava a estrela com certo desdém, seria ela feliz na sua também inútil solidão?
Estava afoito, melancólico...batia em seu peito um ar nostálgico do tempo em que era apenas uma criança, corria e se escondia para que o procurassem, e agora quando adulto, lento e querendo mostrar-se ao mundo, e ninguém parece vê-lo. Tinha ele uma pose arrogante misturando-se a excentricidade, buscava em si algo que talvez nunca encontraria, buscava talvez a ele mesmo!
Tentou ser um bom aluno, tentou fazer medicina, letras, advocacia, administração, comércio exterior...tudo no seu iludido sonho, a vida real foi drástica, acabou sendo servente de pedreiro, mecânico, metalúrgico e agora um velho aposentado solitário!
A estrela o olha, e na sua incandescente luz, ele vê seus sonhos de pequenino - mais uma taça acompanhando o quarto charuto - quanto tempo ele preocupou-se em ganhar dinheiro e sustentar a família, esqueceu-se de seus ideais, esqueceu-se dos seus sonhos e estes foram morrendo com os anos, acostumou-se a viver do pouco que ganhava, acostumou-se a ser apenas mais um nas estatísticas da vida e será mais um velho aposentado solitário na estatística de talvez morrer de um enfarto. Nada mais importa a ele.
Olha no espelho, vê um jovem enérgico aos dezoito anos, querendo arrumar um bom emprego, começando de baixo e subindo as escadas aos poucos, mais uma passada de olhos no espelho, a realidade o assola, rugas pelo rosto todo, lembra-se da sua terra natal, seu rosto está parecendo aquela velha terra seca na qual morava e que ainda está lá, igualmente ele, que ainda... ali, da mesma forma, parado desde a adolescência nos primeiros degraus que com muita dificuldade subiu.
Espreita novamente o céu, nenhuma nuvem, a estrela solitária estava agora, rodeada de outras estrelas para sua surpresa....
Outra vez seu pensamento vagou, percebeu que nunca esteve solitário, apenas deixou que uma imensa nuvem cobrisse ao seu redor, afastando-se assim de tudo que agora talvez fosse tarde para recuperar, e mesmo sentindo-se cansado, uma enorme vontade de soprar a nuvem para longe e continuar a viver invadiu seu coração, e uma única pergunta naquele momento o estremeceu ao tempo que uma lágrima rolava, misturando-se ao gosto da fumaça e caindo em seu cálice: "Por que não?".
Fabbyo Persa
(20/01/2009)
porra, fabinho...mandou bem nesses dois...saudades mesmo...
ResponderExcluir:/
abraços!
Ei amigo muito bom! é mesmo lindoo ,realmente tinha q vim de vc,uma pessoa iluminada por DEUS bj
ResponderExcluirEi amigo muito bom! é mesmo lindoo ,realmente tinha q vim de vc,uma pessoa iluminada por DEUS bj
ResponderExcluirOi meu amigo muito lindo, apenas o tempo pra mostrar como vc é especial.. parabéns...te amo..
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