Esquecimento!
Tato olhava o Céu, e uma luz radiante iluminava a todos sem que lhe dessem a menor importância. Como se ali ela não estivesse. Olhou para baixo e sentado na calçada estava perdido uma criança de aproximados oito anos, cigarro em uma mão e um pacote de cola em outra. Cheirava e fumava... perdia-se nas suas desilusões. Sujo, sem resquícios de sobriedade mental e... perdido! Tato olhou novamente para o céu, a luz cegou-lhe por alguns instantes, tão brilhante... um rei realmente... um astro! Um astro sem muita importância, largado ao acaso de o vermos todos os dias, um astro muitas vezes esquecido, lembrado apenas quando percebido sua ausência. Olhou a rua, um delinquente, marginal e drogado... perdido... uma Criança! Muitas vezes esquecido e maltratado pela sociedade, todos passam ao seu lado, faltando pisar-lhe. Olhares esnobes e fatais dizem que ele será lembrado, quando não mais suportar a dor do "esquecimento". A diferença - pensou Tato - É que um dia, na nossa ignorâ...